Artigo de Renata Baleotti
Para começar esse artigo é preciso entender sobre a Profissão Higienizador Hospitalar.

Sim. Higienizador Hospitalar é uma profissão. E como qualquer outra profissão, a pessoa que atua na área precisa de estudo, conhecimento e treinamento. Precisa se profissionalizar.
Logo uma pergunta pode vir em mente… mas não há cursos profissionalizantes suficientes no mercado. Não temos profissionais capacitados. Por isso, as contratações de mão de obra para a área não envolvem tantas exigências de qualificação. Cabe ao hospital ou a prestadora de serviço, após a contratação realizar essa capacitação em tempo recorde já que a necessidade de atuação, geralmente, é urgente. O que coloca em risco a vida do paciente e do próprio colaborador. Não estou apontando o dedo e nem culpando ninguém. Apenas relatando o cenário real e atual em que estamos vivendo.
Seja você o precursor da profissionalização dele. Treine, desenvolva-o, invista em cursos. Ahh.. mas ele “aproveitar” tudo o que eu proporciono e depois arrumar outro emprego. É um risco. Mas enquanto ele estava prestando serviço para seu hospital/empresa ele desempenhou um bom trabalho. Sua empresa entregou um bom trabalho para o seu cliente. Mas se você souber valorizá-lo você tem grandes chances dele ficar.
Mudanças exigem esforços e eu assumo, neste momento, um compromisso de realização de treinamentos acessíveis online e presenciais para a área. Quero fazer minha parte.
Renata Baleotti
Eu atuei durante alguns anos como encarregada, supervisora e coordenadora do Serviço de Higienização em hospitais. Hoje atuo como consultora e palestrante e realizo treinamentos e eventos na área de Hotelaria Hospitalar e tenho observado muito a evolução ou não evolução do setor. Passa ano, entra ano e o setor atingiu pouquíssimas conquistas.
O setor de higienização por si só é desvalorizado. Você pode não perceber ou pode não entender dessa forma. Mas, no geral é. No decorrer do texto vou explicar sobre minha visão.
Vamos à realidade nua e crua: é um setor onde os colaboradores “não tem estudo” ou “não precisam ter estudo”. Afinal, qualquer pessoa sabe limpar. Por exemplo: “A pessoa que trabalha na minha casa é excelente! No hospital também vai ser!”! Errado. Ela vai precisar estudar e aprender as técnicas seguras de higienização em ambiente hospitalar. Daí sim. Ela pode ser excelente. Estou relatando isso porque já vivi esse cenário.
Mas fazendo um parênteses: muitos colaboradores têm algum tipo de estudo, sim. Porém sem ter oportunidade de trabalho acabam optando por um caminho “mais fácil”. Um setor que nem todos escolheram estar lá. Estão por necessidade. Conheci profissionais que amavam a higienização e outros que estavam lá pra poder sustentar a família ou estudos, mas logo iriam para uma outra oportunidade assim que surgisse.. Um setor de passagem. Mas isso não os fazia profissionais ruins. Alguns até eram porque não amavam o que faziam e entre outras razões que vou abordando ao longo deste artigo.
O setor de higienização é um setor que tem o piso salarial mais baixo do hospital, um setor que sente que o que eles realizam não tem grande importância porque muitas vezes não sabem a real importância. Ninguém falou e não fala pra eles. Afinal, O “pessoal de branco” tem valor. Um setor que muitas vezes abaixa a cabeça para todos. Que não se sentem bem-vindos. Que se sentem rejeitados. Que são invisíveis.
Afinal, como valorizar a Equipe de Higienização? Essa é uma pergunta que já me fiz e que me fazem também. Isso porque valorizar equipes independente do setor é uma necessidade urgente para a melhorar a experiência de cada colaborador e consequentemente do paciente. A equipe do setor de Higienização por muitas vezes é frágil emocionalmente e financeiramente, percorrem distâncias enormes para chegar no trabalho, dedicam pouco tempo ao lazer e a família por causa disso, que não sabem os reais objetivos e importância imensa do seu trabalho não só para o paciente mas para todos os usuários do hospital.
E não estou aqui somente para relatar um cenário que muitos que estão lendo esse artigo já sabem. Vim aqui pra trazer soluções. Propor caminhos para mudanças.
Minha primeira sugestão é a Realoc.ai para empresas prestadoras de serviços.

Uma solução que usa algoritmos inteligentes na otimização dos recursos da força de trabalho. Uma solução que otimiza os custos com transporte da mão de obra, proporciona maior bem-estar nos deslocamentos casa-trabalho-casa já que essa solução faz uma análise dos endereços dos colaboradores e sugerem realocações para locais mais próximos de suas residências promovendo um desgaste menor de deslocamento propiciando maior tempo de descanso, o que afeta diretamente na qualidade de vida do colaborador junto sua rotina familiar além de ajudar a se apresentar no trabalho com menos fadiga. Outro resultado positivo é o impacto nos índices de absenteísmo e turnover.
Valorizar uma equipe não é somente elogiar e falar que todos são importantes. Elogiar, reconhecer, homenagear deve fazer parte da rotina. Mas a valorização e a motivação vão além das palavras. Atinge algo bem maior que são as atitudes.
O que estamos fazendo pelo setor de higienização?
Eu fico extremamente triste e preocupada quando vejo em muitos locais o setor abandonado. É muito grave. Fica a pergunta para reflexão: Quanto custa uma vida? O setor de higienização atua e tem responsabilidade no controle de infecção.
Atualmente vejo equipes de higienização “sangrando”. Com pouco investimento! Afinal gastar com produtos químicos e equipamentos? Gastar com pessoas sem qualificação? O salário tá ótimo, afinal. Quando o hospital precisa cortar verba, economizar… o setor de higienização frequentemente é afetado com cortes significativos no orçamento. Higienizar um hospital não é só jogar água e sabão e puxar com rodo como realizamos na varanda de casa. Profissionalizar o setor de higienização vai além de profissionalizar pessoas também.
Valorizar o setor de higienização é um custo ou um investimento?
A resposta correta é: Valorizar o setor de higienização é um grande investimento.
Vou citar agora alguns exemplos de falhas que ocorrem no setor de higienização: falta de treinamentos resultando em colaborador sem qualificação e sem capacitação profissional, número insuficiente de colaboradores, falta de equipamentos ou falta de investimento em equipamentos e produtos químicos adequados, falta de planejamento do setor: fluxos e processos inadequados, cultura organizacional: falta de lideranças que criem um ambiente saudável, que escute o colaborador e que seja a voz deles.
Os resultados são muito ruins como: colaboradores pressionados e desmotivados (muitas vezes não sabem o porquê estão sendo pressionados, afinal, não foram treinados, não sabem a real função e seus objetivos, trabalho mal executado, aumento da taxa de absenteísmo, aumento e da taxa de turnover (Sim!! Trabalhador desmotivado e pressionando falta do trabalho, adoece ou arruma outro emprego), risco de acidente de trabalho, lentidão no giro do leito, cliente insatisfeito, hospital sujo, comprometimento da qualidade percebida, aumento da taxa de Infecção hospitalar.
Todas essas consequências de falta de investimento no setor é o verdadeiro custo alto para o hospital .
Sobre a questão salarial é necessário citar também. Os salários são muito baixos. Daí alguém pode falar: “ahh mas pago o piso. Não estou fora da lei. Não está mesmo”. Contudo, com os investimentos e ganhos nos quais relatei acima, o hospital/ empresa podem calcular valores melhores para os colaboradores.
Aproveitando o gancho, empresas prestadoras de serviços (facilities) não realizam milagres. Cada vez mais vejo hospitais querendo orçamentos cada vez mais baixos. Por melhor que seja a empresa, ela não vai conseguir entregar um trabalho de qualidade e com segurança.
Quais, então, são minhas sugestões dentro desse contexto:
Investir em treinamentos internos e externos:
O gestor deve criar e cumprir cronogramas de treinamentos internos. O hospital deve incentivar a participação em congressos, simpósios e feiras. Educação e informação levam tanto ao crescimento pessoal e profissional quanto da instituição.
Investir em tempo de escuta:
O colaborador é um grande observador do comportamento do cliente. Ele sabe o que o cliente quer. O gestor ter uma escuta ativa auxilia muito no planejamento dos serviços oferecidos e adequação do setor às necessidades e expectativas do cliente.
Vale lembrar que dar retorno ao colaborar sobre seu desempenho é de extrema importância também.
Investir em tecnologia:
Quando eu comecei na Hotelaria Hospitalar em 2009, a agilidade da comunicação era muito menor do que atualmente. Hoje temos recursos preciosos de comunicação, registros e controles em tempo real. Naquela época, a comunicação era feita por rádios, telefones mas sobretudo no boca a boca nos corredores do hospital. As anotações sobre as demandas de higienização eram realizadas em papel. Eu não tinha cem por cento de informações reais e em tempo real do que estava acontecendo. Muito menos quão ágil estava o giro do leito para medidas serem tomadas. No final do mês para eu conseguir analisar um indicador precisava pegar uma pilha de papéis muitas vezes sem preenchidos para gerar um número de indicador para eu ter uma noção das melhorias que eu precisava implantar no setor. Com isso a qualidade dos serviços do mês anterior já havia sido comprometida. Por mais planejamento que houvesse, eu não tinha recursos para tomadas rápidas de decisões para atender melhor e com mais agilidade às demandas do setor de higienização. Eu percorria o hospital durante as 8h de trabalho tentando observar o máximo o que estava acontecendo para apresentar o melhor serviço possível.
Em 2023, já vivemos outra realidade. Temos soluções inovadoras e consolidadas no mercado que permitem que o gestor saiba o que está acontecendo simultaneamente em relação a todas as solicitações de higienização e pode agir e/ou corrigir deficiências para atender demandas e demandas de urgência. Sobretudo devido à geração de indicadores em tempo real.

A Voice Technology é uma empresa de tecnologia que possui, entre outros, um sistema chamado Voice Leitos. Esse sistema é absurdamente eficiente na gestão dos leitos. A comunicação efetiva e veloz entre os setores é extremamente necessária para o giro do leito eficaz. Com ela, os colaboradores tendo a informação de uma demanda em tempo hábil são menos pressionados já que eles têm a possibilidade de realizar o serviço no tempo previsto cumprindo as SLAs. E como ótima consequência temos serviços entregues com qualidade e segurança além de possibilitar ao paciente um tempo menor de espera por leito.
Investir em produtos químicos de qualidade e eficazes nos processos aos quais são aplicados:
Não é uma tarefa fácil.
Atualmente podemos presenciar, no Brasil, a preocupação quanto ao ambiente hospitalar, como um grande desafio para a evolução na higienização hospitalar.
Porém graças a ciência e a tecnologia estamos evoluindo também a área dos saneantes hospitalares.
Quando falamos em processos de higienização buscamos sempre aqueles que são mais eficientes para gerar a agilidade que necessitamos dentro da rotina exaustiva e dinâmica do ambiente hospitalar. Mas a agilidade deve estar associada à qualidade e segurança tanto para o ambiente como para os pacientes e colaboradores.
Há diversos fatores que causam morosidade na entrega de um serviço de higienização para liberação de leitos, salas cirúrgicas, box de pronto atendimento etc…Entre eles a eficiência do produto químico, sobretudo na remoção de sujidade. Onde o produto faz a diferença para a execução e finalização dos processos. Quanto tempo perdido eu já vi. Higienizadores hospitalares esfregando superfícies. Ou tendo que utilizar 02 ou mais produtos para completar todo o processo de limpeza e desinfecção. É um desgaste absurdo para todas as partes: paciente esperando, gestor e colaborador pressionado e, no final o quarto/leito/sala, por exemplo, ainda podem ser entregues com um serviço mal executado colocando em risco a qualidade percebida e a vida do paciente. Eu penso que o mundo avançou e evoluiu e já temos no mercado muitos recursos para melhorar nosso tempo de higienização.
Vale destacar o saneante hospitalar Estera Power Plus HC com a ultra tecnologia a fórmula de quaternário de amônia de 5 ª geração + prata coloidal tendo um grande poder de limpeza além da desinfecção. Com ele é possível realizar uma limpeza terminal em 25 minutos. Sim. Isso é real. É ultra tecnologia já disponível no setor de higienização.
Proporciona maior segurança nos processos com sua capacidade de deixar a superfície inteligente, vem com mais um aliado para contribuir com a diminuição das infecções hospitalares relacionadas aos microrganismos do ambiente hospitalar melhoria na qualidade de condições de trabalho pois a eficiência do produto exige menos desgaste nos processos para os colaboradores.
Impactando na taxa de absenteísmo e turnover, giro do leito muito mais veloz, diminuição do tempo de espera por leito, maior qualidade dos serviços prestados e melhor e mais segura experiência do paciente.
Investir em equipamentos que agilizam a limpeza e melhora a qualidade de condições de trabalho. No mercado há diversos equipamentos que exigem menos desgaste físico do colaborador, impactando positivamente no desempenho de do colaborador, na taxa de absenteísmo e turnover, giro do leito muito mais veloz devido agilidade nos processos de higienização, diminuição do tempo de espera por leito, maior qualidade dos serviços prestados e melhor e mais segura experiência do paciente.
Valorizar uma equipe é pensar no dia a dia do colaborador, dando condições de trabalho e pensando também no seu bem-estar tanto dentro quanto fora do hospital.
Não é mudando o nome do cargo de higienizador hospitalar para assistente de Hotelaria, por exemplo, que vamos valorizar a profissão. Não temos que mascarar ou esconder a real função. Temos, sim, que valorizá-la em todo o seu cenário.
Investir no setor de higienização não custa caro. Sabe o que é caro?
- Caro é leito parado
- Caro é paciente esperando
- Caro é cliente insatisfeito
- Caro é paciente inseguro
- Caro é paciente sem conforto
- Caro é colaborador desmotivado
- Caro é colaborador doente, afastado
- Caro é perder vidas.
Sobre Renata

Renata é especialista em Hotelaria Hospitalar, Interessada em Humanização hospitalar, realizou trabalhos em Hospitais públicos e privados. Formada em Hotelaria e Turismo, trabalhou em grandes Hospitais como a Santa Casa de Sertãozinho e o Hospital CopaD’or (Rio de Janeiro).
Autora do Livro “Descomplicando a Hotelaria Hositalar”
Acredito que seja interessante para inspirar gestores. Mostrar que a humanização dentro de hospitais é possível. E que não precisa de grandes investimentos. Pra Humanizar, basta SER humano.
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